24 novembro 2005
Crepi Lupo!
Moto Guzzi V7 Special 1969
Em 93 apaixonei-me por uma mais velha do que eu...
Foi em Milão, e voltei para Lisboa com o coração suspirante. Só no ano seguinte consegui ir buscá-la para junto de mim e, desde então, nunca mais nos separámos.
Claro que ela não sai muito, mas compreende-se... já tem uma certa idade.
23 novembro 2005
Metamorfina
De Kafkiano, o METAMORFINA tem quase tudo. Começa com o típico "esta manhã acordei e, " depois é o mundo de um indivíduo que se desmorona num conto de escatologia quase gore, onde, por pouco, poderiam caber cenas do "cidadão Tetsuo". As páginas constituídas por uma imagem são uma galeria de horrores e que acentuam um texto que não nos dá descanso em termos de detalhe horripilante e denunciam o incómodo do quotidiano e da vida burguesa. Com um final que ainda tem direito a um "punch-line", uma história só para quem tem estômagos fortes!
Bedeteca de Lisboa
prefácio de METAMORFINA
LXcomics nº 17
ISBN 972-8487-71-1
21 novembro 2005
Operação Tallinn
14 novembro 2005
Operação Tallinn _ 07
12 novembro 2005
The piano has been drinking
11 novembro 2005
10 novembro 2005
09 novembro 2005
08 novembro 2005
07 novembro 2005
06 novembro 2005
05 novembro 2005
04 novembro 2005
03 novembro 2005
02 novembro 2005
Lola
01 novembro 2005
Metamorfina
Metamorfina _ pág 6
Esta manhã acordei e, ao sair da cama, verifiquei que arrastava ligeiramente o pé esquerdo. Era um arrastar pesado, lento, mas compassado: como que um prolongamento do esforço de andar.
Eram já horas de sair, mas toda aquela nova situação, que se agravava ao longo dos meus afazeres matinais, me atrasara bastante, ao ponto de levar quase dez minutos só para vestir as calças, e duas vezes um quarto disso para calçar os sapatos.
Não poderia aparecer assim no escritório. Nem pensar!
Fui ao fundo dos meus recursos, mas nada me parecia eficaz: Um par de muletas iria criar aquela horrivel reacção de piedade passageira, perversamente temperada com o nojo inspirado por uma aberração; e uma bengala só me daria um ar petulante e irrisório.
Foi então que, ao passar pela cozinha, para o habitual café da manhã, se me prendeu o pé no armário, refúgio da minha meticulosa colecção de garrafas que, em tantas outras ocasiões, completaram as não menos meticulosas exigências dos prazeres da noite.
Aquilo estava a enervar-me e, ao tentar reaver o meu pé, parti uma das três últimas sobreviventes de Brunello di Montalcino de 71. A fúria afogou-me a razão e, num revirar de olhos, um impulso lançou-me as mãos ao aguçado cutelo da carne, deixado sobre a bancada desde o jantar da véspera.
Quando a ira se afastou, a razão narrava-me o sucedido: O cutelo jazia no chão, junto a um resto de tecido das minhas calças e ao sapato ensopado em sangue. Dentro deste, ainda palpitava o que fora o meu pé.
Fiquei danado com a situação, e tratei logo de pensar em como é que a ía resolver.
Nada de hospitais! O que é que eu iria parecer, se se soubesse que tinha cortado o meu próprio pé?! As pessoas têm uma tendência para não compreender esse tipo de coisas…
(cont.)
Escrito em 2002, foi agora publicado, em versão BD, com desenhos de João Sequeira e edição da Bêdêteca.
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